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Produtores pedem regras que possibilitem recompor sua capacidade de pagamento e de acesso a novos financiamentos, mantendo o ciclo produtivo de suas atividades

7 de agosto de 2024

Tratoraço é a reação do setor agrícola gaúcho diante da falta de atendimento frente à crise sem precedentes causada pelas enchentes

A principal reivindicação do grupo é estancar o endividamento bancário acumulado pelos agricultores gaúchos nos últimos quatro anos devido às extremidades climáticas

Produtores pedem regras que possibilitem recompor sua capacidade de pagamento e de acesso a novos financiamentos, mantendo o ciclo produtivo de suas atividades
Helaine Gnoatto Zart | AF

Agricultores do Rio Grande do Sul e sus federações – Fetag e Farsul, estão mobilizados para estar em Porto Alegre nesta quinta-feira, 8 de agosto, com o objetivo de mostrar para o público urbano a importância do agro e, por outro lado, como o governo federal trata o setor. Entidades urbanas como Federasul, Abimaq, entidades de moradores e Governo do Estado, legislativo estadual, deputados e senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária também estão apoiando.

A atividade agrícola foi impactada pelas enchentes de forma devastadora em alguns municípios e de forma grave na maioria, com perda de toda as áreas plantadas com as culturas de inverno, aves, suínos, gado, leite, frutas, legumes, animais, manufaturados pelas agroindústrias, estruturas de mordia, galpões de armazenagem e de estruturas produtivas. Foram afetadas 33% das áreas agrícolas e 70% dos municípios sofreram algum tipo de prejuízo grave. De forma direta, tudo isso afeta também a vida e a economia da população urbana.

Marília Terra Lopes, presidente do Sindicato Rural de Barra do Ribeiro, e uma das lideranças à frente do Movimento SOS Agro RS, que está organizando o Tratoraço, disse em entrevista À Folha, que o setor quer ser atendido efetivamente pelo governo federal,

—Já se passaram dois meses e a gente não tem uma resposta efetiva do governo, apesar de terem cumprido alguns prazos, algumas promessas não se concretizaram, e nós não temos segurança de que teremos pela frente condições de vida digna. Ninguém está pedindo anistia de dívida, estamos pedindo uma forma razoável pra que possamos saldar nossos compromissos, o que foi impedido por uma catástrofe nunca vista—, explica a produtora rural.

Com a produção levada pelas águas, os produtores não têm como pagar as dívidas de financiamento e dar início à recuperação as áreas e iniciar o plantio da nova safra de verão.

Essa falta de atendimento reclamada pelos agricultores também ocorre com os empresários das cidades afetadas e os moradores que perderam suas casas.

—O governo até lançou medidas, mas as regras são impeditivas, não estão alinhadas coma situação de emergência e calamidade—, reforça Marília Terra Lopes.

A mobilização de agricultores está chegando na capital com tratores e cavalos, se instalando no Parque da Harmonia, para mostrar a força do agricultor, dentro da lei e da ordem, com o cuidado de não prejudicar a vida de quem circula nas estradas e dos moradores da Capital.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e o segundo maior no cultivo de soja. É também o terceiro maior produtor de leite, segundo maior produtor de frango e terceiro de suínos. É berço do cooperativismo no Brasil e líder na tomada de financiamentos do Plano Safra, política governamental federal para subsidiar a produção alimentar brasileira.

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