Foto: Roger Amaral

7 de setembro de 2020

Erina Magni: Uma vida plena aos 90 anos de idade

Por Helaine Gnoatto Zart 

Neste dia 6 de setembro, a matriarca da Família Magni, dona Erina Marasca Magni, completa 90 anos de idade. A comemoração do aniversário estava sendo planejada com entusiasmo pelos filhos e demais familiares, mas a pandemia do novo coronavírus chegou sem avisar, no mês de março, e não deu tréguas até agora, suspendendo qualquer reunião comemorativa.

Mesmo assim, a alegria desta conquista não deixará de ser registrada. A felicidade de desfrutar da companhia, da sabedoria e das memórias desta bisavó que está sempre disposta para uma boa conversa, seja pessoalmente, por telefone ou chamada de vídeo, motiva manifestações de afagos, surpresas e até uma singela comemoração em seu apartamento.

Nossa reportagem esteve com Dona Erina para saber como se sente na plenitude de seus 90 anos e também para conhecer um pouco da sua história.

- Eu me sinto bem – enfatiza a palavra “bem”. – Faço crochê, pinto desenhos num livro, me sinto superbem. Não me falta nada. Tenho tudo e mais um pouco.

Sua família de origem, Marasca, veio de Coronel Pilar, pertencente a Garibaldi (RS).  Eram em dez irmãos. Primogênita, aos 5 anos de idade já cuidava dos irmãos. Lembra de fatos da sua infância, como responsabilidade de fazer fogo e colocar a água esquentar para a mãe fazer a polenta quando retornasse da roça. A mãe ensinou a posição do sol para saber hora certa desta tarefa.

Em Tapera, casou-se com Ibanor Magni no ano de 1951. Mudaram-se para Não-Me-Toque quando estava grávida do primeiro filho, há 74 anos. O marido Ibanor, havia perdido o emprego no curtume de Tapera. Escolheram a cidade porque um colega do marido aconselhou, tinha uma firma (Fischer) que precisava de torneiro-mecânico, onde trabalhou durante um tempo e depois foi contratado pela empresa Kirinus, fabricante de camas. Mais tarde Ibanor tornou-se empreendedor, fundou a firma Implementos Agrícolas Magni. Um infarto o levou aos 45 anos de idade, e as lembranças daquele momento ainda doem, porque esposa e filhos sofreram uma reviravolta nas suas vidas. Lutaram e, juntos, superaram as dificuldades e desafios, o que os uniu ainda mais.

Em Não-Me-Toque nasceram seus filhos, Mauro, Denise e Airton, que atualmente residem em Passo Fundo (RS) e Patos de Minas (MG).  A distância é superada com conversas frequentes por telefone.

Também recebe muito carinho das noras e genro e, especialmente dos netos: Rafael, Bruna, Vinícius, Camila, Guilherme, Gustavo e Gabriela. Hoje já tem oito bisnetos.

São Muitos os motivos para comemorar, especialmente a oportunidade de ter boa saúde, cultivar amizades que, mesmo impossibilitadas de fazer visitas neste período de pandemia, mantêm contato.

Guarda feliz boas lembranças, quando seu grupo de amigas de chimarrão promoviam encontros, comemorações e também ajudavam a comunidade.

Foi atuante na Comunidade Católica, uma das fundadoras do Lar do Idoso, madrinha de aluno na Apae, ajudou com frequência em pedágios e jantares beneficentes. Nas comemorações de aniversários, Dona Erina não queria presentes, pedia alimentos os quais doava às entidades carentes.

Na companhia das cuidadoras Dulcineia de Souza, Jocelaine Veriatro de Oliveira, Cenira Zorzi e Cristiane dos Reis,  vive feliz  e com tranquilidade no seu apartamento, no Centro de Não-Me-Toque, permeada de lembranças que estão vivas em sua ótima memória.

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