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Foto: Pixabay
5 de agosto de 2024
Dólar dispara acima de R$ 5,80, com temores de recessão nos EUA ganhando força
O dólar abriu em forte alta nesta segunda-feira (5), na contramão de uma tendência mundial de desvalorização da moeda norte-americana, enquanto cresce o receio de que uma recessão econômica nos Estados Unidos possa estar próxima.
Na última sexta-feira (2), novos dados de emprego no país mostraram que a maior economia do mundo dá sinais de desaceleração.
O payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos que mostra o aquecimento do mercado de trabalho e seu potencial de pressão sobre a inflação, reportou 97 mil vagas criadas no setor privado em julho, abaixo do registrado no mês anterior e menor que as projeções.
Isso, junto a uma taxa de juros que continua elevada no país, reacende as dúvidas sobre a força da economia americana nos próximos meses.
Acompanhando esses temores, que levam os investidores a assumirem uma postura de maior cautela com os investimentos, bolsas de valores no mundo inteiro vivem um dia de fortes baixas.
Dólar
Às 09h05, o dólar disparava 2,01%, cotado a R$ 5,8326. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8641.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana teve queda de 0,45%, cotada em R$ 5,7091.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,91% na semana;
- ganho de 0,97% no mês;
- alta de 17,65% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em queda de 1,21%, aos 125.854 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
- queda de 1,32% na semana;
- recuo de 1,44% no mês;
- perdas de 6,24% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O mercado continua repercutindo informações da semana passada, enquanto aguarda a divulgação de novos indicadores econômicos dos Estados Unidos.
Na sexta, o payroll com 97 mil vagas em julho veio abaixo dos 136 mil postos de trabalho registrados em junho e abaixo, também, das 148 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
Os números fizeram coro a outro dado de emprego divulgado na quinta-feira: os Estados Unidos tiveram um aumento de 14 mil pedidos iniciais de seguro desemprego na semana passada, totalizando 249 mil, contra 236 mil das projeções de mercado.
— Esses números sugerem enfraquecimento no mercado de trabalho americano, embora os pedidos de auxílio-desemprego tendam a ser voláteis nesta época do ano. Os sinais recentes de desaceleração da atividade reforçam nosso cenário de que o Fed iniciará seu ciclo de flexibilização monetária em setembro —, diz a XP Investimentos.
Além disso, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de ainda não cortar os juros - hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano - também contribui para a percepção de que uma desaceleração mais expressiva pode atingir o país.
Isso porque juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento - podendo afetar, ainda mais, o mercado de trabalho.
Há expectativa, porém, de corte de juros em setembro por praticamente 100% dos participantes do mercado financeiro, segundo a ferramenta de análise FedWatch do CME.
Alimentando ainda mais essa cautela, uma série de balanços corporativos também pesam sobre a percepção do mercado, com destaque para resultados abaixo do esperado por gigantes da tecnologia, como Amazon e Intel.