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Foto: Helaine GZ/AF
31 de julho de 2024
Como será o clima em agosto
Último mês do chamado inverno meteorológico não terá nem El Niño nem La Niña com períodos de calor e outros de frio
O mês no passado já teve grandes enchentes, como as que castigaram a Metade Norte do Rio Grande do Sul em 1965. E grandes nevadas, como a enorme de 1965 no Sul do Brasil, a de 1984 que trouxe neve até em Porto Alegre, e a mais recente de 2013, a maior neste século até agora no Sul do Brasil.
No Brasil Central, historicamente, agosto é o pico da estação seca e é marcado como um mês de muito baixa umidade do ar com escassa precipitação e tardes não raro excessivamente quente em estados principalmente do Centro-Oeste com máximas acima de 40ºC, sobretudo no Mato Grosso. A combinação de prolongada falta de chuva, umidade baixa e tempo quente favorece aumento das queimadas. No Cerrado, agosto é o mês com a segunda maior média mensal de queimadas do ano. O mesmo ocorre no Pantanal. Nos dois biomas, setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses do ano.
Como será a chuva em agosto
Diferentemente do ano passado, o clima neste agosto não terá a influência do El Niño que favorece excesso de chuva. Sob uma condição de neutralidade, não há uma tendência predisposta para chuva acima ou abaixo da média e podem ocorrer sinais mistos.
A tendência é que agosto neste ano tenha precipitação perto ou acima da média na maioria das áreas do Sul do Brasil com maiores volumes de chuva no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas mesmo nestes dois estados a chuva pode ficar abaixo da média, como em pontos mais a Oeste e ao Sul. No Paraná, chuva perto ou abaixo da média na maior parte do estado com chance de valores acima da média em locais próximos da costa.
No Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, a maioria das áreas deve ter um agosto com precipitação perto ou abaixo da média. Cidades situadas mais perto da costa em São Paulo e no Rio de Janeiro, contudo, podem registrar chuva perto ou acima da média. O mesmo pode ocorrer em pontos do Leste de Minas Gerais enquanto a maior parte do estado mineiro seguirá com precipitação perto ou abaixo da média histórica.
Clima gelado ou quente em agosto?
Agosto é um mês de grande variabilidade térmica no Sul do Brasil com dias frios a muito frios e outros de temperatura alta é até calor. São normais ocorrer radicais mudanças de temperatura em curto período.
A tendência no Sul do Brasil é de um mês de agosto sem frio persistente ou que possa se considerado frio. Não repetirá o absurdo agosto de 2012 com altíssima frequência de dias de calor e vários por demais quentes, mas terá jornadas de temperatura alta.
Grande parte da primeira metade do mês deve ser mais quente com alguns dias de calor, até forte para esta época do ano, e em parte da segunda quinzena, podem ser registrados dias mais frios. No final do mês, poderia voltar a aquecer na última semana.
No começo do mês, na primeira semana de agosto, uma massa de ar muito quente vai se instalar no Nordeste da Argentina, Sul do Brasil e no Paraguai, o que vai trazer dias de temperatura muito alta no Sul do Brasil.
No Centro-Oeste e em muitos locais do Sudeste, em especial os mais afastados da costa, o mês costuma ter muitos dias quentes pela estação seca. Principalmente, como no Mato Grosso, são comuns muitos dias de excessivo calor com marcas perto ou acima de 40ºC.
No Sudeste, o calor será sentido com mais força durante o mês no interior de São Paulo e no Oeste de Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, com dias de muito baixa umidade e temperatura bastante alta, alguns excessivamente quentes.
Começa a época dos temporais
Estados mais ao Sul do Brasil, principalmente o Rio Grande do Sul, costumam ter um aumento dos temporais a partir de agosto pela maior variação de massas de ar frio e quente na comparação com junho e julho e à medida que se aproxima a primavera.
Há um incremento, em especial, das ocorrências de granizo, mas cresce também o risco de vendavais e de episódios de chuva muito intensa em curto período com alta frequência de raios.
Com temperatura em muitos momentos acima da média e uma maior perspectiva de chuva e ainda o ingresso de incursões de ar mais frio, há o risco de que agosto neste ano no Centro-Sul do Brasil registre temporais.
O mês ainda tem um histórico de ciclones extratropicais mais intensos nas latitudes médias do Atlântico Sul, o que favoreceu fortes incursões de ar polar e episódios de neve do passado que foram expressivos.
Fonte: MetSul
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